BIODIVERSIDADE ACREANA
Photobucket
BIODIVERSIDADE E SOCIODIVERSIDADE ACREANA SOB A ÓTICA CIENTÍFICA
25 de dezembro de 2008
Erros de administração de antimicrobianos identificados em estudo multicêntrico brasileiro

Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas

ISSN 1516-9332 versão impressa

Rev. Bras. Cienc. Farm. v.44 n.2 São Paulo abr./jun. 2008

doi: 10.1590/S1516-93322008000200016

Erros de administração de antimicrobianos identificados em estudo multicêntrico brasileiro

Antimicrobial drug administration errors identified in Brazilian multicentric study

Tatiane Cristina MarquesI,*; Adriano Max Moreira ReisI,II; Ana Elisa Bauer de Camargo SilvaI,III; Fernanda Raphael Escobar GimenesI,IV; Simone Perufo OpitzV; Thalyta Cardoso Alux TeixeiraI; Rhanna Emanuela Fontenele LimaI; Silvia Helena De Bortoli CassianiI

IDepartamento de Enfermagem Geral e Especializada, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
IIDepartamento de Produtos Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Minas Gerais
IIIFaculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Goiás
IVCurso de Enfermagem, Universidade Camilo Castelo Branco
VDepartamento de Ciências da Saúde e do Desporto, Universidade Federal do Acre


RESUMO

Erros de administração de antimicrobianos são relevantes, pois podem interferir na segurança do paciente e no desenvolvimento de resistência microbiana. O objetivo desse estudo foi identificar os antimicrobianos associados a erros de administração de medicamentos. Estudo multicêntrico, descritivo e exploratório, realizado em unidades de clínica médica de cinco hospitais por meio de técnica observacional, durante 30 dias. Os erros foram classificados em categorias: dose, medicamento não prescrito, via, paciente e horário. A classificação farmacológica dos antimicrobianos foi realizada segundo o Sistema Anatômico Terapêutico Químico (ATC). Os fármacos de intervalo terapêutico estreito foram identificados. A análise estatística descritiva foi realizada no software SPSS 11.5. Foram identificados 1500 erros, sendo 277 (18,5%) com antimicrobianos. Os tipos de erros foram: de horário 87,7%; de dose 6,9%; de medicamento não autorizado 3,2%, de via 1,5% e de paciente 0,7%. Foram identificados 36 antimicrobianos e as classes ATC mais freqüentes foram: fluorquinolonas 13,9%, combinações de penicilinas 13,9%, macrolídeos 8,3% e cefalosporina de terceira geração 5,6%. Os fármacos de intervalo terapêutico estreito corresponderam a 16,7% dos antimicrobianos. Os erros com antimicrobianos analisados podem ser fontes de estudo e melhoria no processo de utilização racional de medicamentos e segurança do paciente.

Unitermos: Medicação/erros de administração. Agentes antimicrobianos/ erros de administração. Sistema de medicação hospitalar


ABSTRACT

Medication administration errors (MAE) are the most frequent kind of medication errors. Errors with antimicrobial drugs (AD) are relevant because they may interfere in patient safety and in the development of microbial resistance. The aim of this study is to analyze the AD errors detected in a Brazilian multicentric study of MAE. It was a descriptive and exploratory study carried out in clinical units in five Brazilian teaching hospitals. The hospitals were investigated during 30 days. MAE were detected by observation technique. MAE were classified in categories: wrong route(WR), wrong patient(WP), wrong dose(WD) wrong time (WT) and unordered drug (UD). AD with MAE were classified by Anatomical-Therapeutical-Chemical Classification System. AD with narrow therapeutic index (NTI) were identified. A descriptive statistical analysis was performed using SPSS version 11.5 software. A total of 1500 errors were observed, 277 (18.5%) of them were errors with AD. The types of AD error were: WT 87.7%, WD 6.9%, WR 1.5%, UD 3.2% and WP 0.7%. The number of AD found was 36. The mostly ATC class were fluoroquinolones 13.9%, combinations of penicillin 13.9%, macrolides 8.3% and third-generation cephalosporins 5.6%. The parenteral drug dosage form was associated with 55.6% of AD. 16.7% of AD were NTI. 47.4% of WD and 21.8% WT were with NTI drugs. This study shows that these errors should be considered potential areas for improvement in the medication process and patient safety plus there is requirement to develop rational drug use of AD.

Uniterms: Medication/administration errors. Antimicrobial drugs/administration errors. Medication systems hospital.


INTRODUÇÃO

Atualmente, a segurança do paciente é uma das prioridades dos serviços de saúde e compreende um conjunto de iniciativas para instituir sistemas e processos operacionais com o objetivo de evitar, prevenir e reduzir eventos adversos ocorridos a partir da assistência prestada (Manasse Junior, Thompson, 2005). Diante da magnitude do problema dos eventos adversos na assistência à saúde, em especial os erros de medicação, a Organização Mundial de Saúde criou, em 2002, a World Alliance for Patienty Safety. Essa iniciativa visa a incentivar os países a implementarem e monitorarem ações direcionadas à segurança do paciente (Donaldson, Fletcher, 2006).

Os erros de medicação comprometem a segurança do paciente e a qualidade do cuidado. Dentre as conseqüências desses eventos, podem-se destacar: aumento da morbimortalidade relacionada aos medicamentos, prolongamento do tempo de internação e elevação significativa dos custos assistenciais (Bates et al., 1995). Os custos para o sistema americano de saúde, devidos à morbidade e à mortalidade relacionada aos medicamentos, ultrapassam 177 bilhões de dólares por ano desde o ano 2000 (Ernst, Grizzle, 2001; Manasse Junior, Thompson, 2005).

Os fatores que aumentam o potencial para erros de medicação são múltiplos: falta de profissionais de saúde; excesso de trabalho; carga horária pesada; maior número de pacientes exigindo cuidados de alta complexidade e com polifarmacoterapia; crescimento no número, variedade e potencial de toxicidade dos medicamentos; complexidade tecnológica para o cuidado e o aumento da pressão para reduzir custos e aumentar resultados (Hatcher et al., 2004; Miasso et al., 2006). Profissionais de saúde, mesmo altamente capacitados e experientes, quando expostos a ambientes de trabalho com estas características, podem cometer erros devidos a tais fatores sistêmicos.

O sistema de utilização de medicamentos engloba vários processos interligados e interdependentes, envolvendo multiplicidade de planejamento e implementação de ações pela equipe de saúde e gerando um contexto entrelaçado de situações que podem ser facilitadoras para ocorrência de um erro (Ackroyd-Stolarz, Hartnell, MacKinnon, 2005; Dang et al., 2007). A incidência de erro de medicação é diferenciada ao longo de toda a cadeia de utilização. Estudo realizado por Koop et al. (2006) identificou que de um total de 132 erros de medicação, 36% ocorreram na fase de prescrição, 32% na administração, 28% na dispensação e 4% na transcrição dos medicamentos prescritos.

Recentemente, os erros de medicação, assim como o uso inadequado de medicamentos, passaram a ser considerados um problema de saúde pública em função do impacto assistencial e da elevada incidência nos serviços de saúde (Manasse Junior, Thompson, 2005). A dimensão do problema fica bem caracterizada por estudos epidemiológicos divulgados pelo Institute of Medicine, que estimam que cada paciente internado em hospitais norte-americanos esteja sujeito a um erro de medicação por dia, e que, anualmente, ocorrem nesses serviços de saúde, aproximadamente, 400.000 eventos adversos evitáveis relacionados a medicamentos (Bates, 2007).

Estudos que se propõem a analisar os tipos de erros de medicação e suas causas, assim como as classes farmacológicas envolvidas, são relevantes para evidenciar os problemas existentes no processo de medicação. Investigações realizadas para analisar erros de medicação segundo a classe terapêutica, identificaram que a freqüência desse evento com antimicrobianos varia de 4,9% a 39% (Rissato, 2005). Esses resultados são preocupantes, pois os antimicrobianos representam uma das classes mais prescritas em hospitais, sendo responsáveis por uma parcela elevada das despesas com medicamentos. É também crescente a preocupação com o uso inadequado, considerando-se que esse constitui o principal fator associado ao aparecimento de resistência microbiana (Murthy, 2001; Muto et al., 2003; Levy, Marshall, 2004).

A identificação dos erros de medicação com antimicrobianos pode auxiliar no desenvolvimento de novas práticas que garantam o uso adequado e racional dos medicamentos, aumentando, assim, a segurança do paciente. Dessa maneira, os objetivos desse estudo foram identificar e analisar os erros de medicação com antimicrobianos durante o processo de administração de medicamentos em cinco hospitais brasileiros, e determinar as características farmacológicas dos antimicrobianos associados a erros.

MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo multicêntrico, com delineamento exploratório, que visa a obter informações detalhadas da variável erro de medicação em hospitais brasileiros, buscando determinar a frequência e os fatores associados a ocorrência do evento. Considerou-se como erro qualquer discrepância entre o que estava prescrito e o que foi administrado pela enfermagem ao paciente. Nesta publicação, são apresentados os dados referentes aos erros na administração de medicamentos antimicrobianos.

A população em estudo foi composta pelas situações em que houve erro de medicação, ou seja, 1500 erros identificados em um total de 4958 observações. A unidade de análise foi a administração do medicamento.

A pesquisa foi desenvolvida em unidades de clínica médica de cinco hospitais situados nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. As instituições investigadas foram selecionadas, por possuírem vínculo com universidades públicas estaduais ou federais, fazerem parte da Rede de Hospitais Sentinela da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e serem campo de estágio para as instituições formadoras de profissionais de saúde do País. A unidade de clínica médica foi selecionada, por possuir leitos destinados a pacientes portadores de doenças crônico-degenerativas que, usualmente, utilizam um número elevado de medicamentos durante um longo período, englobando diversas classes terapêuticas.

A investigação foi realizada após a aprovação dos Comitês de Ética em Pesquisa e após autorização da direção dos hospitais investigados. Todos os participantes foram orientados sobre o estudo, aceitaram, por escrito, serem observados e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, conforme a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (Brasil, 1996).

Para coleta dos dados, foram realizadas observações não participantes e diretas das atividades dos profissionais de enfermagem responsáveis pela administração de medicamentos. Para tanto, quinze auxiliares de pesquisa receberam treinamento de vinte horas e durante 30 dias realizaram as observações seguindo um roteiro estruturado validado por especialistas envolvidos com a temática. Após as observações da administração dos medicamentos, os observadores confrontaram as informações obtidas com as prescrições, a fim de detectar se ocorreu algum erro de medicação. Para cada hospital, foram designados três auxiliares de pesquisa e a coleta foi realizada no mesmo período em todos os centros investigados.

Os erros de medicação foram classificados segundo a tipologia da American Society of Health System Pharmacists: erro de dose, erro de medicamento não prescrito, erro de via, erro de paciente e erro de horário (ASHP, 1993). Foi considerado erro de horário a situação em que o medicamento foi administrado em um período superior a 60 minutos de antecedência ou de atraso em relação ao horário de administração definido na prescrição ou no plano de administração elaborado pelo enfermeiro ou técnico de enfermagem.

A classificação farmacológica dos medicamentos antimicrobianos identificados nos erros foi realizada segundo o sistema anatômico terapêutico químico (ATC) do WHO Collaborating Center for Drug Statistics Methodology (WHO, 2007), e empregado pelo Centro Colaborador para o Monitoramento Internacional de Medicamentos. Os fármacos de intervalo terapêutico estreito foram identificados em fonte terciária de referência, o Drugdex (Klasco, 2007).

Os dados coletados foram transferidos para um banco de dados, elaborado no programa Epi data 3.1, com dupla digitação, validação e checagem da consistência das informações. A análise estatística foi realizada empregando o software SPSS 11.5 e consistiu de análise descritiva univariada com determinação das freqüências absolutas e relativas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados permitiram, em uma primeira abordagem, identificar e analisar os erros de medicação com antimicrobianos durante o processo da administração de medicamentos. Foram realizadas 4958 observações da administração dos medicamentos, nas quais foram identificados 1500 (30,24%) erros de medicação. Desse total, 277 (18,5%) erros envolveram medicamentos antimicrobianos e essa incidência é compatível com outros estudos publicados na literatura internacional (Benjamin, 2003; Wolf, Hicks, Serembus, 2006; Tang et al., 2007).

Os erros com medicamentos antimicrobianos foram categorizados e estratificados por forma farmacêutica, conforme apresentado na Tabela I.

A categoria de erro mais freqüente foi a de horário, envolvendo 243 (87,7%) medicamentos antimicrobianos administrados, sendo que, desses, 140 (57,6%) foram administrados com antecedência em relação ao horário planejado.

A alta incidência de erros de horário possivelmente tem como principais determinantes fatores internos ao processo de administração, como o planejamento de horário pela equipe de enfermagem, que concentra um número elevado de medicamentos em determinados períodos, geralmente o da manhã, fazendo com que aqueles que requerem pontualidade na administração, como antimicrobianos, não tenham seu horário cumprido, devido à alta demanda de serviço na unidade (Manias, Aitken, Dunning, 2005; Miasso et al., 2006). Outro fator que pode gerar erro de horário é o funcionamento inadequado do sistema de distribuição de medicamentos da farmácia hospitalar, que leva a atrasos na entrega dos medicamentos e, conseqüentemente, na sua administração (Carvalho, Cassiani, 2000).

O desconhecimento das especificidades dos antimicrobianos a serem administrados, assim como da necessidade de se cumprirem os intervalos de tempo entre as doses pode ser mais um fator que contribui para a ocorrência deste tipo de erro. A divulgação de informações sobre antimicrobianos e a capacitação da equipe de enfermagem podem ser estratégias de prevenção de erros (Hoefel, Lautert, 2006a).

Para entender o impacto dos erros com antimicrobianos na segurança do paciente, é importante destacar que a sua utilização envolve a aplicação de dois componentes farmacológicos distintos, o farmacocinético e o farmacodinâmico (Mouton et al., 2002; Castro, 2005).

O componente farmacocinético descreve os processos de absorção, distribuição e eliminação dos antimicrobianos, que determinam as concentrações sanguíneas e tissulares para uma determinada dose. Os parâmetros farmacocinéticos mais utilizados em terapia antimicrobiana são: a área abaixo da curva da concentração sanguínea versus o tempo após a administração do medicamento, a concentração sanguínea máxima e a meia vida de eliminação, que está diretamente relacionada ao intervalo de administração do antimicrobiano (Mouton et al., 2002; Castro, 2005).

O componente farmacodinâmico relaciona as concentrações sanguíneas com a atividade antimicrobiana avaliada in vitro assim como a toxicidade sobre o hospedeiro. Os parâmetros farmacodinâmicos, que são freqüentemente empregados para quantificar a atividade antimicrobiana para determinado patógeno, são as concentrações inibitória mínima e a bactericida mínima. Esses parâmetros são utilizados como valores críticos para interpretação da relação entre os parâmetros farmacocinéticos que determinam a eficácia do antimicrobiano e a sua potência. São empregados também na padronização de doses e de intervalos de administração (Castro, 2005).

A Tabela I também mostra que os erros de dose foram a segunda categoria mais freqüente, envolvendo dezenove (6,9%) medicamentos. Estes erros podem estar associados à falhas no cálculo matemático durante o preparo do medicamento (Fry, Dacey, 2007). Na casuística desse estudo, os erros de dose são preocupantes, considerando-se que, em unidades de clínica médica, é comum a internação de pacientes geriátricos, que apresentam diminuição da função hepática e renal, assim como a diminuição do metabolismo e da eliminação dos medicamentos (Merle et al., 2005; Hodgkinson et al., 2006).

A grande preocupação dos profissionais de saúde se dá com uma administração de doses superiores à prescrita, o que pode causar graves eventos adversos ao paciente, entretanto, deve haver preocupação também com a administração de doses inferiores de antimicrobianos. Não pode ser ignorado que existem riscos iminentes e que a recorrência de administração de doses superiores ou inferiores ou com intervalos inadequados em um mesmo paciente podem levar ao insucesso terapêutico (Hoefel, Lautert, 2006a).

Apesar de não existirem pesquisas que demonstrem que os erros de administração influenciam na efetividade terapêutica e na resistência bacteriana, a equipe de saúde deve estar atenta para a sua prevenção, principalmente quando os medicamentos envolvidos são antimicrobianos, considerando-se que a resistência bacteriana está associada ao uso inadequado desses fármacos. De acordo com Hoefel & Lautert (2006a), a equipe de enfermagem é responsável por assegurar uma monitorização rigorosa da administração de antimicrobianos com o controle dos horários, diluições e intervalos entre as doses, evitando a seleção de microorganismos resistentes devido a níveis plasmáticos inadequados.

A interferência dos erros de administração de antimicrobianos sobre os componentes farmacocinético e farmacodinâmico e a inter-relação com a resistência microbiana foi pontuada por Hoefel & Lautert (2006b). As autoras alertam que, independentemente do número de vezes em que doses incompletas de antimicrobianos são administradas, o que deve ser considerado é o fato de que o erro de administração pode levar a concentrações plasmáticas inferiores à concentração inibitória mínima, exercendo pressão seletiva sobre o microrganismo. Essa pressão seletiva é um dos fatores de risco para o aparecimento da resistência microbiana.

Neste contexto, fica evidente que os erros de dose e de horário podem comprometer a resposta terapêutica do antimicrobiano. A administração errada do antimicrobiano pode impedir que ele alcance o local da infecção, mantenha concentrações suficientes no foco da infecção para exercer sua ação, e permaneça no local tempo suficiente para inibir a multiplicação ou matar os microorganismos.

Ao analisar as formas farmacêuticas dos medicamentos, as de uso parenteral foram as mais freqüentemente envolvidas nos erros com antimicrobianos estando presentes em 253 (91,3%) erros. Vale destacar que 230 (94,65%) erros de horário e dezessete (89,5%) erros de dose envolveram antimicrobianos na forma para uso parenteral.

A administração de medicamentos antimicrobianos pela via parenteral corresponde a uma proporção significativa nos hospitais. Erros relacionados com a administração parenteral, principalmente os que envolvem a via endovenosa, podem apresentar ainda maior gravidade, considerando-se que a dose é administrada diretamente na corrente sanguínea, levando a um efeito rápido, sendo necessário monitorizar o paciente para a ocorrência de reações adversas. Além disso, os níveis plasmáticos do medicamento podem elevar-se e causar toxicidade, quando administrados em "bolus" ou no caso dos tratamentos prolongados (Santell, Cousins, 2005).

Com o intuito de proporcionar maior conforto ao paciente, menor risco de adquirir uma infecção hospitalar pelo uso do cateter e redução de custos, devem ser desenvolvidas políticas institucionais que estimulem a troca da terapia parenteral, principalmente a intravenosa, pela via oral, quando possível (Gunten et al., 2003).

Em uma segunda abordagem, este estudo analisou os principais antimicrobianos envolvidos nos 277 erros ocorridos no processo de administração de medicamentos. Na Tabela II, eles serão apresentados segundo as categorias de erros de medicação e, na Tabela III, conforme as classes anatômica terapêutica-química. Vale salientar que, na administração de um mesmo medicamento, foi identificado mais de um erro.

Entre os antimicrobianos associados com erros estão as cefalosporinas de terceira geração e as penicilinas de amplo espectro, grupos que têm contribuído para o aumento da resistência de bactérias produtoras de beta lactamase extendida. Atualmente, esses microrganismos também representam uma grande preocupação referente à resistência bacteriana (Hoefel, Lautert, 2006b).

A ceftriaxona, cefalosporina de terceira geração, foi o medicamento envolvido no maior número de erros no presente estudo. A elaboração conjunta pela equipe de enfermagem e de farmácia de um manual de utilização de medicamentos abordando aspectos como preparo, esquemas de administração, interações, incompatibilidades, reações adversas é uma iniciativa que contribui para a segurança da utilização de medicamentos (Bucknall, 2007).

A Tabela II também aponta que os erros detectados durante a administração de vancomicina, fármaco de intervalo terapêutico estreito, correponderam a segunda posição em frequência absoluta. Ressalta-se que houve erros de dosagem e que a superdosagem de vancomicina pode gerar nefrotoxicidade. Outra consequência da administração inadequada é a síndrome do homem do pescoço vermelho, que pode ocorrer devido a erros de diluição e no tempo de administração, trazendo danos ao paciente (Klasco, 2007).

Entretanto, a maior preocupação é com a resistência dos microrganismos à vancomicina. A redução da sensibilidade do Staphylococcus aureus à vancomicina representa uma grande preocupação, por se tratar de uma das últimas opções terapêuticas a esse microrganismo. Outra questão alvo de maior ou igual preocupação é a resistência de Enterococcus à vancomicina (Muto et al., 2003). O surgimento de resistência pode ser favorecido por erros de horário e de dose.

Neste estudo também foi identificado que seis (16,7%) medicamentos antimicrobianos associados com erro possuíam intervalo terapêutico estreito. Vale destacar que 47,4% dos erros de dose e 21,8% dos erros de horário envolveram antimicrobianos de intervalo terapêutico estreito, sendo vancomicina, amicacina e clindamicina os principais fármacos associados. Diante de medicamentos com essa característica, é possivel inferir sobre a possibilidade de danos aos pacientes devidos à superdosagem e de impacto sobre a resistência devido aos níveis plasmáticos reduzidos.

Deve ser ressaltado, também, que os medicamentos de intervalo terapêutico estreito necessitam de monitorização terapêutica, a fim de determinar a dose que produza o máximo de efetividade aliada ao mínimo de efeitos tóxicos. O conhecimento da equipe de enfermagem sobre medicamentos de intervalo terapêutico estreito é importante para garantir tanto a administração correta do medicamentos como o preparo correto do paciente, assim como para a decisão e programação multidisciplinar de coleta das amostras sanguíneas, quando a monitorização laboratorial for necessária.

A magnitude do problema dos erros com antimicrobianos em nosso meio foi primeiro demonstrado em uma pesquisa enfocando iatrogenia com antibióticos em terapia intensiva que detectou uma discordância de 38,6% entre o número de doses prescritas e o número de doses administradas e redução de 85% no número de doses administradas (Manenti et al., 1998). Estudo mais recente analisou erros de administração com um antimicrobiano específico, o cefepime, demonstrando que o problema continua ocorrendo em serviços de saúde (Hoefel, Lautert, 2006b).

Os 277 erros envolveram 36 medicamentos antimicrobianos, sendo 32 antibacterianos e quatro antifúngicos. Na Tabela III pode ser verificado que as fluorquinolonas (13,9%), as associações de penicilinas com inibidores de beta lactamase (13,9%) e os macrolídeos (8,3%) foram as classes mais freqüentes.

A resistência às quinolonas, classe terapêutica mais freqüente neste estudo, é um problema emergente, devido ao crescente número de cepas hospitalares de Enterobacteriaceae e Pseudomonas aeruginosa resistentes às quinolonas. Investigações buscando elucidar os fatores desencadeantes dessa resistência verificaram que a redução das concentrações plasmáticas devida à diminuição da absorção por interação com cátions di- ou trivalentes pode explicá-la (Quain et al., 2005, Barton et al., 2005). Os erros de horário podem levar à ocorrência de interações que comprometem a absorção, pois aumentam a probabilidade de co-administração de medicamentos.

A incidência das infecções fúngicas teve um aumento significativo nos últimos anos. Paralelamente, pode ser observada uma gravidade maior dessas infecções, principalmente nos pacientes hospitalizados (Lagrou et al., 2007). Sendo assim, a identificação de quatro antifúngicos associados com erros de administração desperta preocupação, considerando-se a situação clínica dos pacientes para os quais é prescrita essa terapêutica.

Assim como o uso irracional, os erros de medicação com antimicrobianos têm conseqüências individuais e coletivas, porque, além de afetarem o indivíduo que faz uso do medicamento, afetam de maneira significativa a microbiota do ambiente hospitalar. Essas conseqüências abrangem desde a elevação dos gastos com medicamentos, inefetividade terapêutica, aumento da hospitalização devido a eventos adversos, recrudescimento das infecções até o mais grave, o aumento da resistência microbiana.

É consenso que a prevenção da resistência microbiana envolve ações multidisciplinares centradas principalmente no uso racional de antimicrobianos e na otimização das ações de controle de infecções (Murthy, 2001; Muto et al., 2003). As publicações internacionais apresentam as atividades do farmacêutico e do médico no controle da resistência microbiana, porém, apesar de ressaltarem a participação do enfermeiro no grupo multidisciplinar, não explicitam claramente quais seriam suas ações no controle do uso de antimicrobianos. Diante dessa problemática, Bisset (2006) apresentou um conjunto de recomendações para controle e redução do risco de resistência microbiana e destacou que a equipe de enfermagem deve conhecer a política institucional de antimicrobianos e protocolos de utilização para assegurar que a terapêutica antimicrobiana seja realizada segundo as melhores práticas clínicas.

No sentido de delinear ações de prevenção de eventos adversos com antimicrobianos, é importante considerar que os erros de administração, assim como os de medicação em geral, apresentam múltiplos determinantes. Nessa perspectiva, a identificação dos fatores determinantes dos erros, por meio de ferramentas da qualidade, como a análise de causa raiz, bem como a implementação de medidas preventivas e alterações de processos, são essenciais para o aprimoramento da assistência e para segurança do paciente (Ackroyd-Stolarz, Hartnell, MacKinnon, 2005; Manasse Junior, Thompson, 2005).

Entre as medidas preventivas efetivas podem ser citadas: dupla checagem das diluições e cálculos da dosagem dos medicamentos, atenção aos erros de comunicação advindos da prescrição médica, cuidado com as informações verbais, identificação segura do paciente bem como a orientação sobre sua farmacoterapia (Manasse Junior, Thompson, 2005; Bates, 2007). Outra estratégia recomendada é a participação do farmacêutico clínico na unidade de internação como um elemento-chave dentro da equipe de saúde para realizar o seguimento da farmacoterapia e contribuir para o uso racional de medicamentos (Kucukarslan et al., 2003; Scheneider, 2007).

O conhecimento da equipe de saúde em farmacoterapia contribui significativamente para a prevenção de erros de medicação (Ackroyd-Stolarz, Hartnell, MacKinnon, 2005). Dessa forma, é recomendável que haja investimentos em educação continuada, cursos de reciclagem e treinamentos periódicos, incentivo à realização de investigações científicas sobre o sistema de utilização de medicamentos, inclusive em relação aos erros de medicação, com a finalidade de identificar suas causas e propor melhorias.

CONCLUSÕES

Os estudos multicêntricos que abordam a temática dos erros de medicação, usando técnica de observação não participante, são estratégias adequadas para conhecer a utilização de medicamentos em hospitais e contribuir para a implementação de medidas preventivas. Investigações devem ser realizadas para melhorar a prática e aumentar a segurança do paciente na utilização dos antimicrobianos e garantir seu uso racional evitando os erros de medicação.

Ações para promover o uso racional de antimicrobianos envolvendo todas as fases do processo de utilização devem ser desenvolvidas pelas comissões de farmácia e terapêutica e de controle de infecção hospitalar, visando a conter a expansão da resistência microbiana nos serviços de saúde. Os profissionais de saúde presentes nessas comissões devem, ao participar do planejamento das ações preventivas e educativas, incorporar aspectos que explicitem claramente suas atividades e funções na prevenção da resistência microbiana e no uso racional de antimicrobianos. Paralelamente, a equipe de saúde deve ser conscientizada da importância do uso seguro de antimicrobianos para o controle da resistência.

Para garantir a segurança do paciente, é essencial conscientizar os profissionais de que uma resposta terapêutica adequada e sem danos ao paciente é responsabilidade de toda a equipe de saúde. A abordagem dos erros de medicação de forma sistêmica é essencial na implantação e melhoria das práticas assistenciais visando maior segurança no cuidado em saúde.

Os dados apresentados demonstram a importância de medidas de prevenção com abordagens multidisciplinar e interdisciplinar e promoção de uma cultura de segurança com enfoque educativo e não punitivo. O erro de medicação é evitável e deve ser analisado e revertido em educação e melhoria do sistema, promovendo o fortalecimento do processo de administração de medicamentos tornando-o mais seguro.

AGRADECIMENTOS

Aos coordenadores locais do projeto multicêntrico Flávio Trevisan Fakih e Maria Ludermiler Sabóia Mota. Pesquisa patrocinada pela FAPESP E CNPq.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACKROYD-STOLARZ, S.; HARTNELL, N.; MACKINNON, N.J. Approaches to improving the safety of the medication use system. Healthcare Q., v.8, p.59-64, 2005. [ Links ]

AMERICAN ASSOCIATION OF HOSPITAL PHARMACISTS. ASHP. Guideline on preventing medication errors in hospitals. Am. J. Hosp. Pharm., v.50, p.305-314, 1993. [ Links ]

BARTON, T.D.; FISHMAN, N.O.; WEINER, M.G.; LAROSA, L.A.; LAUTENBACH, E. High rate of coadministration of di-or-tri-valent cation containing compounds with oral fluoroquinolones: risk factors and potential implications. Infect. Control and Hosp. Epidemiol., v.26, p.93-99, 2005. [ Links ]

BATES, D.W. Preventing medication errors: a summary. Am. J. Health Syst. Pharm., v.64, p.S3-S9, 2007. [ Links ]

BATES, D.W.; CULLEN, D.J.; LAIRD, N.; PETERSEN, L.A.; SMALL, S.D.; SERVI, D. LAFFEL, G.; SWEITZER, B.J.; SHEA, B.F.; HALLISEY, R.; VLIET, V.M.; NEMESKAL, R.; LEAPE, L. Incidence of adverse drug events and potential adverse drug events: implications for prevention. JAMA, v.274, p.29-34, 1995. [ Links ]

BENJAMIN, D.M. Reducing medication errors and increasing patient safety: case studies in clinical pharmacology. J. Clin. Pharm., v.43, p.768-783, 2003. [ Links ]

BISSETT, L. Reducing the risk of acquiring antimicrobial-resistant bacteria. Br. J. Nurs., v.15, n.2, p.68-71, 2006. [ Links ]

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n.196, de 10 de outubro de 1996. Aprova as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas com seres humanos. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/docs/Resolucoes/Reso196.doc>. Acesso em: 30 mar. 2005. [ Links ]

BUCKNALL, T.K. Implementing guidelines to improve medication safety for hospitalized patients: experiences from western health, Australia. Worldviews Evid. Based Nurs., v.4, n.1, p.51-53, 2007. [ Links ]

CARVALHO, V.T.; CASSIANI, S.H.B. Erros na medicação: análise das situações relatadas pelos profissionais de enfermagem. Medicina, v.33, p.322-330, 2000. [ Links ]

CASTRO, M.S. Princípios farmacocinéticos e farmacodinâmicos em antibioticoterapia. In: OLIVEIRA, A.C. Infecções hospitalares epidemiologia prevenção e controle. Rio de Janeiro: Medsi, 2005. p.357-367. [ Links ]

DANG, D.; ROBERT FEROLI, E.; GILL, C.; PAINE, L.; SHERMOCK, K.; SUFLITA, J.; WALRATH, J.M. Quest for the ideal: a redesign of the medication use system. J. Nurs. Care Qual., v.22, n.1, p.11-17, 2007. [ Links ]

DONALDSON, L.J.; FLETCHER, M.J. The WHO world alliance for patient safety: towards the of living less dangerously. Med. J. Aust., v.10, p.S69-S72, 2006. [ Links ]

ERNST, F.R.; GRIZZLE, A.J. Drug-related morbity and mortality: updating the cost-of-ilness model. J. Am. Pharm. Assoc., v.43, n.2, p.192-199, 2001. [ Links ]

FRY, M.M.; DACEY, M. Factors contributing to incidents in medicine administration. Part 1 Br. J. Nurs., v.16, n.9, p.556-559, 2007. [ Links ]

GUNTEN, V.V.; AMOS, V.; SIDLER, A.L.; BENEY, J.; TROILLET, N.; REYMOND, J.P. Hospital pharmacists' reinforcement of guidelines for switching from parenteral to oral antibiotics: a pilot study. Pharm. World Sci., v.25, n.2, p.52-55, 2003. [ Links ]

HATCHER, I.; SULLIVAN, M.; HUTCHINSON, J.; THURMAN, S.; GAFFNEY, F.A. An intravenous medication safety system preventing high-risk medication errors at the point of care. J. Nurs. Adm., v.34, n.10, p.437-439, 2004. [ Links ]

HODGKINSON, B.; KOCH , G.S.; NAY, R.; NICHOLS, K. Strategies to reduce medications errors with reference to older adults. Int. J. Evid. Based Healthc., v.4, p.2-41, 2006. [ Links ]

HOEFEL, H.H.K.; LAUTERT, L. Errors commited by nursing technicians and assistants in administering antibiotics. Am. J. Infect. Control., v.34, p.437-442, 2006b. [ Links ]

HOEFEL, H.H.K.; LAUTERT, L. Administração endovenosa de antibióticos e resistência bacteriana: responsabilidade da enfermagem. Rev. Eletrônica Enferm., v.8, n.3, p.441-449, 2006a. Disponível em: <http://www.fen.ufg.br/revista/revista8_3/v8n3a15.htm.> Acesso em: 25 jul. 2007. [ Links ]

KLASCO, R.K. (ED): DRUGDEX® System. Thomson MICROMEDEX, Greenwood Village, Colorado, USA. 2007. Disponível em: <http://www.periodicos.capes.gov.br> Acesso em: 25 jul. 2007. [ Links ]

KOOP, B.J.; ERSTAD, B.L.; ALLEN, M.E.; THEODOROU, A.A.; PRIESTLEY, G. Medication errors and adverse drug events in an intensive care unit: direct observation approach for detection. Crit. Care Med., v.34, n.2, p.415-425, 2006. [ Links ]

KUCUKARSLAN, S.N.; PETER, M.; MLYNARECK, M.; NAFZIGER, D.A. Pharmacists on rounding teams reduce preventable adverse drug events in hospital general medicine units. Arch. Intern. Med., v.163, p.2014-2018, 2003. [ Links ]

LAGROU, K.; VERHAEGEN, J.; PEETERMANS, W.E.; DE RIJDT, T.; MAERTENS, J.; VAN WIJNGAERDEN, E. Fungemia at a tertiary care hospital: incidence, therapy, and distribution and antifungal susceptibility of causative species. Eur. J. Clin. Microbiol. Infect. Dis., v.26, p.541-547, 2007. [ Links ]

LEVY, S.B.; MARSHALL, B. Antibacterial resistance worldwide: causes, challenges and responses. Nat. Med., v.10, n.12, p.S122-129, 2004. [ Links ]

MANASSE JUNIOR, H.R.; THOMPSON, K.K. Medication safety as problem in public policy. In: ______. Medication safety: a guide for health care facilities. Bethesda: ASHP, 2005. p.1-15. [ Links ]

MANENTI, S.; CHAVES, A.B.; LEOPOLDINO, R.S.; PADILHA, K.G. Ocorrências adversas com medicação em unidades de terapia intensiva: análise da administração de soluções hidroeletrolíticas e antibióticos. Rev. Esc. Enferm. USP, v.32, n.4, p.369-376, 1998. [ Links ]

MANIAS, E.; AITKEN, R.; DUNNING, T. How graduate nurses use protocols to manage patients' medications. J. Clin. Nurs., v.14, p.935-944, 2005. [ Links ]

MERLE, L.; LAROCHE, M.L.; DANTONE, T.; CHAMES, J.P. Prediciting and preventing adverse drug reactions in very old. Drug Aging, v.22, n.5, p.375-392, 2005. [ Links ]

MIASSO, A.I.; GROU, C.R.; CASSIANI, S.H.B.; SILVA, A.E.B.C.; FAKIH, F.T. Erros de medicação: tipos, fatores causais e providências tomadas em quatro hospitais brasileiros. Rev. Esc. Enferm. USP, v.40, n.4, p.524-532, 2006. [ Links ]

MOUTON, J.W.; DUDLEY, M.N.; CARS, O.; DERENDORF, H.; DRUSANO, G.L. Standardization of pharmacokinetic/pharmacodynamic (PK/PD) terminology for anti-infective drugs. Int. J. Antimicrob. Agents, v.19, n.4, p.355-358, 2002. [ Links ]

MURTHY, R. Implementatation of strategies to control antimicrobial resistance. Chest, v.119, p.405S-411S, 2001. [ Links ]

MUTO, C.A.; JERNIGAN, J.A.; OSTROWSKY, B.R.; RICHET, H.E.; JARVIS, W.R.; BOYCE, J.M.; FARR, B.M. SHEA guideline for preventing nosocomial transmission of multidrug-resistant strains of Sthaphylococcus aureus and Enterococcus. Infect. Control Hosp. Epidemiol., v.24, p.362-386, 2003. [ Links ]

QUAIN, R.D.; BARTON, T.D.; FISHMAN, N.O.; WEINER, M.G.; LAUTENBACH, E. Coadministration of oral levofloxacin with agents that impair its absorption: potential impact on emergence of resistance. Int. J. Antimicrob. Agents, v.26, n.4, p.327-330, 2005. [ Links ]

RISSATO, M.A.R. Eventos adversos relacionados a medicamentos no contexto hospitalar: revisão da literatura. São Paulo, 2005. p.0142. [Dissertação de Mestrado. Faculdade de Saúde Pública. Universidade de São Paulo] [ Links ].

SANTELL, J.P.; COUSINS, D.D. Medication errors related to product names. Jt. Comm. J. Qual. Patient Saf., v.31, n.11, p.649-654, 2005. [ Links ]

SCHNEIDER, P.J. Opportunities for pharmacy. Am. J. Health Syst. Pharm., v.64, p.S10-S16, 2007. [ Links ]

TANG, F.I.; SHEU, S.S.; WEI, I.L.; CHEN, C. Nurse related the contributing factors involved in medication errors. J. Clin. Nurs., v.16, p.447-457, 2007. [ Links ]

WOLF, Z.R.; HICKS, R.; SEREMBUS, J.F. Characteristics of medication errors made by students during the administration phase: a descriptive study. J. Prof. Nurs., v.22, n.1, p.39-51, 2006. [ Links ]

WORLD HEALTH ORGANIZATION COLLABORATING CENTRE FOR DRUG STATISTICS METHODOLOGY. Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) index with Defined Daily Doses (DDDs). Disponível em: <http://www.whocc.no/atcddd>. Acesso em: 10 mar. 2007. [ Links ]

Recebido para publicação em 29 de outubro de 2007
Aceito para publicação em 18 de dezembro de 2007

* Correspondência:
T. C. Marques
Departamento de Enfermagem Geral e Especializada
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
Universidade de São Paulo
Av. Bandeirantes, 3900 - Monte Alegre
14040-902 - Ribeirão Preto - SP, Brasil
E-mail: tatianecm@hotmail.com

posted by Evandro Ferreira @ 21:48   0 comments
4 de dezembro de 2008
Formigas como veiculadoras de microrganismos em ambiente hospitalar

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Vol. 41 no. 5 Uberaba Sept./Oct. 2008

Ants as carriers of microorganisms in hospital environments

Rogério dos Santos PereiraI; Mariko UenoII

IDepartamento de Biologia, Universidade de Taubaté, Taubaté, SP
IIInstituto Básico de Biociências, Universidade de Taubaté, Taubaté, SP

Endereço para correspondência

RESUMO

Existe preocupação sobre as reais possibilidades de agravos à saúde pública que possam ser causados pela veiculação de agentes patogênicos através de formigas urbanas. O presente trabalho teve por objetivo isolar e identificar os microrganismos associados às formigas em ambiente hospitalar. Foram coletadas 125 formigas, da mesma espécie, em diferentes unidades de um Hospital Universitário. Cada formiga foi coletada com swab embebido em solução fisiológica e transferida para um tubo com caldo Brain Heart Infusion e incubados 35ºC por 24 horas. A partir de cada tubo, com crescimento, foram realizadas inoculações, em meios específicos, para isolamento dos microrganismos. As formigas apresentaram alta capacidade de veiculação de grupos de microrganismos, sendo que 63,5% das cepas eram bacilos Gram positivos produtores de esporos, 6,3% eram bacilos Gram negativos, cocos Gram positivos corresponderam a 23,1% das cepas, 6,7% eram fungos filamentosos e 0,5% eram leveduras. Desta forma, pode-se inferir que as formigas podem ser um dos responsáveis pela disseminação de microrganismos em ambientes hospitalares.

Palavras-chaves: Formigas. Vetores. Microrganismos. Hospital.


ABSTRACT

Concern exists regarding the real possibility of public health threats caused by pathogenic agents that are carried by urban ants. The present study had the objective of isolating and identifying the microorganisms that are associated with ants in hospital environments. One hundred and twenty-five ants of the same species were collected from different units of a university hospital. Each ant was collected using a swab soaked with physiological solution and was transferred to a tube containing brain heart infusion broth and incubated at 35ºC for 24 hours. From each tube, with growth, inoculations were made into specific culturing media, to isolate any microorganisms. The ants presented a high capacity for carrying microorganism groups: spore-producing Gram-positive bacilli 63.5%, Gram-negative bacilli 6.3%, Gram-positive cocci 23.1%, filamentous fungi 6.7% and yeast 0.5%. Thus, it can be inferred that ants may be one of the agents responsible for disseminating microorganisms in hospital environments.

Key-words: Ants. Vectors. Microorganisms. Hospital.


Formigas são insetos sociais que adaptam-se com facilidade aos ambientes urbanos, instalando-se em residências e ambientes hospitalares, sua presença pode determinar a disseminação de microrganismos através da veiculação mecânica. Sendo assim, existe preocupação sobre as reais possibilidades de agravos à saúde pública que possam ser causados pela veiculação de agentes patogênicos através de formigas urbanas.

Entre os insetos sociais, as formigas fazem numerosas relações parasitárias e mutualísticas e desenvolvem várias interações com animais, vegetais, fungos e bactérias3.

A dispersão das formigas é baseada em condições climáticas, apresentando sua instalação em ambientes quentes e úmidos, locais com grande variação climática os leva a colonizar o ambiente civilizado18. Cerca de 50 espécies estão adaptadas ao ambiente urbano, e cerca de 20 a 30 espécies podem ser consideradas como praga por causar conflito com os interesses do homem4.

Os fatores que influenciam a presença de formigas nos hospitais devem-se à estrutura arquitetônica, proximidade a residências, bem como interferências climáticas, oscilações térmicas que estimulam a migração desses insetos para aparelhos eletrônicos em busca de estabilidade térmica2 e/ou embalagens de medicamentos que oferecem condições ideais para formações de ninhos, além de alimentos que podem funcionar como atrativo extra2 22.

Em levantamento realizado em um hospital na região sudeste do Brasil, revelou-se a presença de 10 espécies de formigas, sendo a mais abundante Monomorium floricola22. Lise cols13 encontraram 7 espécies de formigas em hospital em Santa Catarina.

Levantamentos realizados em doze hospitais do estado de São Paulo revelam infestação por formigas, apresentando maior índice nos berçários e nas unidades de terapia intensiva (UTI) e 16,5% das formigas coletadas apresentavam bactérias patogênicas4 5.

As formigas possuem capacidade de se deslocarem rapidamente e normalmente percorrem extensas áreas, o que sugere, que, além de constituírem vetores de microrganismos em ambientes intra-hospitalares, podem agir também como importantes vias de dispersão de resistência a drogas nestes ambientes17. Tornando-se de alta periculosidade, a presença de formigas em ambientes hospitalares, constitui riscos em potencial na veiculação de microrganismos patogênicos que podem causar infecções hospitalares2 4.

Entre os artrópodes que podem ser colonizados por cepas bacterianas hospitalares, quando em infestação em ambiente nosocomial, são as moscas, baratas e formigas9. Estes organismos transportam microrganismos de um lugar a outro, podendo promover infecções cruzadas10 15.

Sramova e cols20 descreveram os artrópodes como importantes vetores de microrganismo, destacando que de um total de 116 cepas isoladas, 88% constituem bacilos Gram negativos: Escherichia coli, Enterobacter spp, Klebsiella spp, Citrobacter spp, Proteus spp, Serratia spp, Pseudomonas spp e Acinetobacter spp e 12% constituem cocos Gram positivos tendo como representantes Staphylococcus coagulase negativos.

Segundo Boursaux-Eude e Gross3 algumas espécies de formigas, veiculam, em ambiente hospitalar, agentes patogênicos como: Serratia marcescens, Citrobacter freundii, Klebsiella ozaennae, Enterobacter aerogenes, Proteus mirabilis, Staphylococcus epidermidis e Yersinia pestis, podendo aumentar o risco de infecção hospitalar.

Dois terços de enterobactérias isoladas a partir de artrópode apresentam resistência a pelo menos 3 grupos de antibióticos, mesmo entre cepas pouco freqüentes como Morganela spp e Hafnia spp. Esta multi-resistência também é observada entre o grupo dos Gram positivos20.

Este trabalho teve por objetivo avaliar a presença bactérias e fungos, associadas às formigas, em quatro setores de um hospital universitário.

MATERIAL E MÉTODOS

Coleta do material. A coleta das formigas foi realizada no Hospital Universitário da Universidade de Taubaté, no período de fevereiro a julho de 2005. Swabs umedecidos em solução fisiológica foram utilizados para coletar as formigas, individualmente, em uma mesma trilha. Foram coletados 125 formigas, sendo 25 no Hemonúcleo, 40 na Clínica Médica, 30 na Ortopedia e 30 na Lavanderia, setores nos quais a freqüência de trilhas de formigas, no piso e/ou parede, era alta em relação à outras unidades do hospital universitário .

Isolamento dos microrganismos e identificação de microrganismos. Cada formiga foi mergulhada em tubo de ensaio contendo caldo Brain Heart Infusion e incubada a 35ºC por 24 horas. A partir dos tubos que apresentaram crescimento foram realizadas semeaduras por esgotamento, em diferentes meios de cultura. Placas contendo ágar MacConkey foram incubadas a 35ºC por 24 horas; placas contendo ágar Sabouraud dextrose com clorafenicol, a 35ºC por 2 a 7 dias, posteriormente a temperatura ambiente por 10 dias; placas contendo ágar sangue foram repicadas em duplicata e divididas em série 1 (os componentes da primeira réplica) e série 2 (os componentes da segunda réplica). As placas da série 1 foram incubadas a 35ºC por 24 horas. As placas da série 2 foram incubadas a 35ºC em atmosfera de 5% de CO2 por 48 horas.

De acordo com as características morfotinturiais, seguiu-se a identificação específica. Bastonetes Gram negativos foram submetidos à série bioquímica para identificação. Cocos Gram positivos foram submetidos à prova da catalase e foram semeados em ágar nutriente, com 8% de cloreto de sódio e provas bioquímicas segundo Kloos e Bannerman11.

As leveduras foram identificadas segundo Sindrim e Moreira19. Os fungos filamentosos foram repicados em placas contendo ágar Sabouraud e incubados à temperatura ambiente por 10 dias, para a obtenção da colônia gigante. A identificação procedeu-se com a observação de verso e reverso das colônias em especial sua pigmentação. Para cada colônia foi feito um microcultivo e incubado à temperatura ambiente por 10 dias. Após este período as lamínulas foram retiradas e colocadas sobre outra lâmina estéril com uma gota do corante azul de metileno, e sua morfologia foi observada em microscopia de luz. A identificação baseou-se na chave de Famílias Eumycota, segundo Lacaz e cols12.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Das amostras coletadas, 123 (98,4%) apresentaram crescimento. Este resultado mostra a possibilidade de veiculação mecânica e/ou biológica de microrganismos, igualmente aos estudos anteriores descrito por Bueno e Campos-Farinha4; Boursaux-Eude e Gross3; Zarzuela e cols22 e Bueno e Campos-Farinha5. Este fato associado às características biológicas das formigas pode defini-las como potenciais veiculadoras de microrganismos e sua infestação em ambiente hospitalar como um risco à saúde pública2, bem como em residências, estabelecimentos de alimentação6, indústrias e laboratórios10.

Foram isoladas 208 cepas sendo: bacilos Gram positivos esporulados 63,5%, bacilos Gram negativos 6,3%, cocos Gram positivos 23,1%, fungos filamentosos 6,7% e leveduras 0,5% (Tabela 1).

Segundo Tresoldi e cols21 a freqüência de microrganismos isolados em infecção hospitalar foi 56,5% de bacilos Gram negativos, 20,9% de cocos Gram positivos e 9% de leveduras, a possibilidade de veiculação de microrganismos e a sua presença no ambiente nosocomial pode agir de forma a manter ou aumentar tais estatísticas.

Dentre os cocos Gram positivos 19 (59,2%) cepas foram identificadas como Staphylococcus coagulase-negativos (SCN). Micrococos ou estomatococos, juntos representaram um total de 29 (40,2%) cepas.

É crescente a importância dos SCN, atualmente, representa um dos grupos mais isolados em infecções hospitalares14. Staphylococcus epidermidis é reconhecido como o principal agente etiológico de bacteremias, infecções pós-operatórias, infecções do trato urinário.

Foram identificadas 13 espécies de enterobactérias (Tabela 2). As enterobactérias são comuns entre os insetos e são transmitidas de um indivíduo para outro de modo horizontal, mas podem ser adquiridas no ambiente, demonstrando assim capacidade de veiculação e manutenção do microrganismo no ambiente.

Fowler e Bueno10 indicaram alta freqüência acumulada, de microrganismos, isolados de formigas dos gêneros: Klebsiella, Serratia e Enterobacter, semelhante aos dados encontrados nesta pesquisa. Estudos na Índia indicam a disseminação tanto de organismos da família Enterobacteriaceae bem como da família Pseudomonadaceae6.

Os bacilos Gram positivos representaram 63,5% dos isolados. A capacidade de formar endosporos, permite a instalação destas espécies em locais de grande instabilidade ambiental. A alta capacidade de adaptação permite entender a relação com as formigas como sendo uma simples sobreposição de nicho, mas como observados no homem, podem estar presentes na microbiota normal deste inseto, neste caso as formigas estão agindo tal qual o homem1 como veiculadores biológicos deste grupo de organismos ou apenas transportando na forma de endosporos ou células vegetativas, mas em condição limitada.

A versatilidade torna-os, se não organismos invasivos com alto fator de virulência conquistada por questões ecológicas, oportunistas sendo fator de alta relevância a grande incidência do número de isolados, pois podem estar associados ao grande poder de disseminação promovida pelas formigas, podendo contribuir com o aumento nas infecções hospitalares2 10.

Apenas uma cepa de levedura foi isolada identificada como Candida tropicalis. Embora o número de isolados seja pequeno para uma inferência biológica, é relevante entender que estes organismos estão amplamente distribuídos no ambiente, por apresentarem ampla capacidade de exploração e colonização de substratos orgânicos vivos ou em decomposição. Sua veiculação em ambiente hospitalar torna-se um risco à saúde pública18, dada a grande concentração de imunodeprimidos1.

Foram identificadas 14 espécies fungos filamentosos, conforme apresentada na Tabela 3.

É possível associar as formigas aos fungos devido ao ambiente explorado por estes insetos, que coincide com as condições fisico-químicas propícias para a proliferação destes microrganismos18. Estas condições são, muitas vezes, criadas pelas formigas de forma a conseguir benefícios desta associação, oferecendo situação propícia para a proliferação de fungos de modo geral, devido a semelhança da biologia destes microrganismos8.

A constatação destas associações, tal qual com bactérias, pode ser considerada de grande problema para a sociedade tendo em vista a grande capacidade de adaptação das formigas ao ambiente urbano5 22, pois ela potencializa a capacidade de dispersão dos fungos, tanto de forma mecânica transportando seus propágulos, contraídos de ambientes contaminados, para locais e/ou objetos não contaminados quanto de forma biológica, atuando como reservatórios de fungos patogênicos ao homem, onde os fungos instalados em sua cutícula disseminam por todo o ambiente.

Estudos da contaminação, por fungos, de ambientes hospitalares na Grécia, demonstram que 70,5% dos isolados são do gênero Aspergillus, tendo maior prevalência de Aspergillus niger, Aspergillus fumigatos, Aspergillus flavus16. No Brasil, existe uma prevalência maior, por características adaptativas, da espécie Trichophyton rubrum7.

Concluiu-se que os resultados obtidos demonstram a grande capacidade das formigas em manter associações com bactérias: cocos Gram positivos, bacilos Gram negativos e bacilos Gram positivos, da mesma forma e mesmo tempo conseguem manter associadas a fungos leveduriformes e filamentosos. Bem como estes microrganismos podem apresentar multi-resistências a uma variedade de antibióticos sendo um fator de risco nas infecções hospitalares, quando em infestações nestes ambientes.

REFERÊNCIAS

1. Ayliffe GAJ, Lowbury EJL, Geddes AM, Williams JD. Controle de infecção hospitalar. 3ª edição, Editora Revinter, 1998. [ Links ]

2. Beaston SH. Pharaoh's ants as pathogens vectors in hospitals. The Lancet 19:425-427, 1972. [ Links ]

3. Boursaux-Eude C, Gross R. New insights symbiotic associations between ants and bacteria. Research in Microbiology 519:513-519, 2000. [ Links ]

4. Bueno OC, Campos-Farina AEC. Formigas Urbanas: comportamento das espécies que invadem as cidades brasileiras. Vetores & Pragas 2:13-16, 1998. [ Links ]

5. Bueno OC, Campos-Farina AEC. Formigas Urbanas: estratégias de controle. Vetores & Pragas 2:5-7, 1999. [ Links ]

6. Chadee DD, Maitre AL. Ants: potencial mechanical vectors of hospital infections in Trinidad. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene 84: 297, 1990. [ Links ]

7. Costa M, Passos SX, Souza HKL, Miranda ATB, Lemos AA, Junior JGOJ, Silva MRR. Epidemiologia e etiologia das dermatofitoses em Goiânia, GO, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 35: 19-22, 2002. [ Links ]

8. Currie CR, Scott JA, Summerbell RC, Malloch D. Fungus-growing ants use antibiotic-producing bacteria to control garden parasites. Nature 398: 701-704, 1999. [ Links ]

9. Fernandes AT. Infecção hospitalar e suas interfaces na área da saúde. Editora Atheneu, São Paulo, 2000. [ Links ]

10. Fowler HG, Bueno OC. Formigas nos hospitais. Ciência Hoje 19: 12-14, 1995. [ Links ]

11. Kloos WE, Bannerman TL. Staphylococcus and Micrococcus. In: Murray PR (ed) Manual of Clinical Microbiology. 7th edition, American Society Microbiology, Washington, p. 264-82, 1999. [ Links ]

12. Lacaz CS, Porto E, Heins-Vaccari EM, Melo NT. Guia para identificação de actinomicetos e algas de interesse médico. Editora Sarvier, 1998. [ Links ]

13. Lise F, Garcia FRM, Lutinski JA. Association of ants (Hymenoptera: Formicidae) with bacteria in hospitals in the State of Santa Catarina. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 39: 523-526, 2006. [ Links ]

14. Mason WJ, Blevins JS, Beenken K, Wibowo N, Ojha N, Smeltzer MS. Multiplex PCR Protocol for the Diagnosis of Staphylococcal Infection. Journal of Clinical Microbiology 39: 3332-3338, 2001. [ Links ]

15. Nogueras M, Marinsalta N, Roussell M, Notario R. Importance of hand germ contamination in health-care workers as possible carriers of nosocomial infections. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 43: 45-48, 2001. [ Links ]

16. Panagopoulou P, Filioti J, Petrikkos G, Giakouppi P, Anatoliotaki M, Farmaki E, Kanta A, Postolakou H, Avlami A, Samonis G, Roilides E. Environmental surveillance of filamentous fungi in three tertiary care hospitals in Greece. Journal of Hospital Infection 52: 912-185, 2002. [ Links ]

17. Peçanha MP, Campos-Farinha AEC, Bueno OC, Leite CQF, Sumi DV, Castilho MAA, Silva FM, Carrocci AM. Formigas como vetor de propagação de resistência bacteriana em hospitais Universitários. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 42: 84-86, 2000. [ Links ]

18. Silva EJE, Loeck AE. Ocorrência de formigas domiciliares (Hymenoptera Formicidae) em Pelotas, RS. Revista Brasileira de Agrociências 5: 220-224, 1999. [ Links ]

19. Sindrim JJC, Moreira JLB. Fundamentos clínicos e laboratoriais da micologia médica. Editora Guanabara Koogan, p. 287, 1999. [ Links ]

20. Sramova H, Daniel M, Absolomova V, Dedicova D, Jedlickova Z, Lhotova H, Petras P, Subertova, V. Epidemilogical role of arthropods detectable in health facilities. Journal of Hospital Infection 20: 281-292, 1992. [ Links ]

21. Tresoldi AT, Branchini MLM, Filho DCM, Padoveze MC, Dantas SPE, Reginato L, Nowakonski AV, Oliveira UM, Trabasso P. Relative frequency of nosocomial microorganisms at UNICAMP University Hospital from 1987 to 1994. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 39: 6-13, 1997. [ Links ]

22. Zarzuela MFM, Ribeiro MCC, Campos-Farina FAEC. Distribuição de formigas urbanas em um hospital da região sudeste do Brasil. Arquivos do Instituto Biológico (São Paulo) 69: 85-87, 2002. [ Links ]

Endereço para correspondência:

Dra. Mariko Ueno
Instituto Básico de Biociências/UNITAU
Rua Tiradentes 500, Campus Bom Conselho
12030-180 Taubaté, SP
Tel 55 12 3629-7909
e-mail: mariueno@unitau.br

Recebido para publicação em 03/12/2007
Aceito em 27/08/2008

posted by Evandro Ferreira @ 21:52   0 comments
Perfil do Autor

Nome: Evandro Ferreira
Cidade: Rio Branco, Acre, Brazil
Quem sou eu: Acreano, nascido em Rio Branco, Pesquisador do Inpa-Ac e do Parque Zoobotânico da UFAC. Mestrado em Botânica no Lehman College, New York, USA, e Ph.D. em Botânica Sistemática pela City University of New York (CUNY) & The New York Botanical Garden (NYBG). Me escreva: evandroferreira@hotmail.com
Veja meu perfil completo
Sobre este Blog

O objetivo deste blog é publicar resumos, e, quando possível, links para os textos completos, de artigos científicos publicados e que abordem, direta ou indiretamente, temas relacionados com a biodiversidade e a sociobiodiversidade acreana. A fonte principal dos artigos é o site SCIELO BRASIL, ou outras quando indicadas. Havendo interesse por alguns dos artigos publicados no blog, sugerimos que os leitores entrem contacto direto com os autores.

Artigos anteriores
Arquivos
Links
Powered by

BLOGGER